Autoridades de saúde reforçam que não há evidências científicas que liguem o uso do medicamento ao TEA
Uma fala do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acendeu um alerta entre gestantes e mães brasileiras de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ao sugerir, sem nenhuma evidência científica, que a condição poderia estar ligada ao uso de paracetamol durante a gravidez, autismo o republicano provocou debate nas redes sociais.
No Brasil, órgãos reguladores de saúde precisaram intervir: “Não há registro científico que comprove qualquer ligação entre o medicamento e o TEA”, informou em nota na quarta-feira (24) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Após a repercussão internacional, agências de saúde em diferentes países divulgaram comunicados tratando com cautela a suposta relação. No Brasil, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se manifestou na terça-feira (23) nas redes sociais, para reforçar que não há evidências científicas que sustentem essa associação.
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O Tylenol é causa do autismo? Mentira! Não existe nenhum estudo que comprove uma relação entre o paracetamol e o Tylenol com o autismo. A Organização Mundial de Saúde, a Anvisa, as principais agências internacionais de proteção à saúde, já deixaram claro: o paracetamol é medicação segura. Aliás, o autismo foi diagnosticado e identificado muito antes de existir paracetamol.
Alexandre PadilhaMinistro da Saúde
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quarta-feira (24) que não existem evidências científicas conclusivas que relacionem o uso de paracetamol durante a gravidez ao autismo. Em nota, a entidade ressaltou que todo medicamento deve ser utilizado com cautela nesse período e recomendou que gestantes sigam a orientação de profissionais de saúde.
“As causas exatas do autismo não foram estabelecidas, e entende-se que múltiplos fatores podem estar envolvidos”, destacou a OMS.
A Anvisa também chamou atenção para os riscos da desinformação: "Por ser um transtorno complexo, com diferentes graus e manifestações, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) costuma ser alvo frequente de informações falsas ou distorcidas".
O caso do paracetamol não é o primeiro em que um medicamento é associado a supostos efeitos sem respaldo científico. Durante a pandemia de Covid-19, a ivermectina ganhou notoriedade como parte do chamado “kit Covid”, apesar de não haver comprovação de eficácia contra o coronavírus.
Durante coletiva na Casa Branca, na última segunda-feira (22), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que médicos seriam orientados a não prescrever paracetamol a gestantes. Ele chegou a citar supostos vínculos entre o uso do medicamento, vacinas e casos de autismo, mas não apresentou evidências científicas que sustentassem a declaração.
Trump estava acompanhado pelo secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., e outros membros do governo.
Legenda: Em coletiva, Trump defendeu o uso da leucovorina como possível tratamento para autismo
Foto: Shutterstock/Photo Agency.
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