Documentos enviados pela CGU à CPMI do INSS mostram investigação sobre servidores do INSS que aparentam aumento de patrimônio
Leonardo Pains – Ascom/CGU
A Controladoria-Geral da União (CGU) investiga se sete servidores públicos teriam enriquecido ilicitamente na esteira dos descontos fraudulentos realizados nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
A maioria dos agentes públicos aparecem citados na farra do INSS, revelada pelo Metrópoles, e investigada pela Polícia Federal (PF) no âmbito da operação Sem Desconto.
Relatórios de Inteligência Financeira obtidos pela CGU com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontaram indícios de irregularidades decorrentes de recebimentos de valores indevidos por parte dos servidores investigados, além de operações financeiras consideradas “anômalas”, e em valores incompatíveis com suas respectivas rendas.
Com as constatações, a CGU determinou que os indícios de irregularidades fossem analisados pela Coordenação-Geral de Enfrentamento ao Enriquecimento Ilícito (Coeni).
“Infere-se que a existência de operações financeiras anômalas relacionadas aos servidores públicos supracitados [leia mais abaixo], em valores incompatíveis com suas respectivas rendas, assim como as demais constatações apresentadas, tornam necessária a atuação da Coeni para apuração dos fatos mencionados”, afirmou a CGU.
O documento foi enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS como parte das análises que estão sendo realizadas pelos parlamentares.
Um dos servidores públicos sob suspeita é André Fidelis, ex-diretor de benefícios e Relacionamento do INSS, setor responsável pela celebração dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs), que estão sob suspeita nas investigações sobre os descontos indevidos.
Reprodução
Como mostrou a coluna, ele recebeu R$ 5,1 milhões de empresas ligadas a Antonio Carlos Camilo Antunes, o careca do INSS, e outras com ligação com entidades suspeitas de descontos. A suspeita da PF é que André teria recebido valores por meio do escritório de advocacia de seu filho, Eric Douglas.
“Ao todo, portanto, pessoas físicas e jurídicas relacionadas a André Fidelis receberam R$5.186.205,0041 das empresas intermediárias relacionadas às entidades associativas”, disse a PF em documento da investigação.
Com base nas informações compartilhadas com a CGU, Fidélis assinou pelo menos sete novos termos de cooperação com entidades associativas e foi à festa de entidade investigada pela realização de descontos indevidos.
Outro servidor citado pela CGU é Alexandre Guimarães, ex-Diretor de Governança e Gerenciamento de Riscos e ex-Diretor de Governança, Planejamento e Inovação do INSS.
Segundo o órgão, por meio dos documentos, “demonstrou-se a existência de relações financeiras entre as entidades associativas e pessoas físicas e jurídicas ligadas a Alexandre Guimarães”.
Ele também é sócio de uma das empresas citadas na investigação da “farra do INSS”, a Vênus Consultoria. Teria sido por meio dessa empresa que Guimarães recebeu repasses do careca do INSS.
Veja os servidores na mira da CGU por suposto enriquecimento ilícito
Por fim, a CGU concluiu pelo encaminhamento dos autos à Coeni para análise quanto à viabilidade de instauração de Sindicância Patrimonial em face dos servidores citados acima, “em razão da competência específica da unidade”.
A coluna não obteve contato com Luiz Carlos Cavalcante Ferreira. O espaço segue aberto para manifestações.
Os demais citados não se manifestaram até a publicação da reportagem.
Fonte: METRÓPOLES
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